Uma boa Gramática deve ser capaz de extrapolar a visão reducionista que faz da língua um amontoado de regras prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o idioma, mas também de descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter utilidade para os falantes. A Gramática apresenta as regras, mas quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável somos nós, agentes da comunicação.
Gramática Normativa: Bastante utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos, a Gramática Normativa busca a padronização da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente. Aqui a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão sujeitos os falantes da língua.
Gramática Histórica: Investiga a origem e a evolução de uma língua, representando os estudos diacrônicos.
A língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é efetivamente utilizado por seus falantes. Entretanto, não devemos desconsiderar a importância das regras que preservam este que é nosso maior patrimônio cultural: nossa língua portuguesa. Façamos então um bom proveito da Gramática!
⇒ Acento de intensidade;
⇒ Acento de intensidade e significado da palavra;
⇒ Acento de intensidade na frase;
É importante ressaltar que as regras de acentuação na língua portuguesa sofreram uma recente reforma, quando entrou em vigor, no dia 1° de janeiro de 2009, as Novas Regras Ortográficas da Língua Portuguesa. As novas regras ainda geram muitas dúvidas, especialmente no que se refere à acentuação gráfica. Para auxiliar você na melhor compreensão dessas modificações, você encontrará aqui diversos artigos que serão muito esclarecedores e úteis em seu processo de aprendizado. Claro que as regras de acentuação são complexas e até mesmo indecifráveis para muitas pessoas, mas a partir de seu estudo, poderemos estabelecer uma relação de familiaridade, o que facilitará em muito a prática das normas na linguagem escrita. Para sanar possíveis dúvidas, é desejável que as regras sejam sempre consultadas, pois quando fazemos do estudo um exercício constante, as chances de aprendermos e apreendermos são muito maiores! Bons estudos!
Dado o aspecto complexo - norteador dos fatos linguísticos, há que se mencionar acerca de alguns entraves com os quais o usuário compartilha na tentativa de compreendê-los (os fatos). Contudo, à medida com que estes vão se tornando familiares, mediante a busca constante pelo conhecimento, tal problemática tende a tão somente se amenizar ou se extinguir de uma vez por todas.
Em razão disso, no intuito de cooperar para que este avanço seja efetivamente materializado, o artigo que ora se evidencia tem por finalidade discorrer acerca das diferenças existentes entre o acento gráfico e o acento tônico – ambos relacionados a questões ortográficas que, sem nenhuma dúvida, representam alvo de inúmeros questionamentos.
À guisa de algumas elucidações, temos que o acento tônico não pode ser confundido com o acento gráfico, pois este (o tônico) refere-se a aspectos relacionados à oralidade. Portanto, no sentido de detectá-los com veemência, faz-se necessário proferirmos melodicamente os vocábulos, uma vez que se assim procedermos, teremos condições de constatar onde realmente a sílaba pronunciada com mais intensidade encontra-se demarcada. Desta forma, procurando tornar prático tal posicionamento, ater-nos-emos à análise de alguns deles:
Detectamos que as sílabas em destaque representam o que chamamos de tônica, visto que são pronunciadas com mais força. Para tanto, independentemente de haver qualquer indício de sinal gráfico, tal aspecto foi constatado. Eis o segredo da tonicidade!
Já em se tratando do acento gráfico, este se encontra intrinsecamente ligado a regras pré-concebidas pelas normas gramaticais de uma forma geral, mais precisamente no que tange à acentuação. Para tanto, basta analisarmos:
Notamos que no primeiro caso trata-se de uma palavra oxítona terminada em “e”. Regra: Todas as palavras terminadas em a, e, o, em seguidas ou não de “s” deverão ser acentuadas.
Atendo-nos ao segundo exemplo, constatamos que se trata de uma palavra paroxítona terminada em “x”. Regra: Todas as paroxítonas assim terminadas recebem o acento gráfico.
Quanto ao terceiro, identificamos um vocábulo também oxítono, terminado em “em”. Regra: Idêntica à primeira.
Por último, temos uma palavra proparoxítona, a qual integra um grupo em que todas são acentuadas.
Mediante tais postulados, aposta-se que todas as dúvidas em relação a este fato tenham sido sanadas, tendo em vista a seguinte concepção:
Para que a sílaba tônica exista, ela não precisa, necessariamente, estar acentuada. Caso esteja, o acento gráfico se “incube” de recair sobre ela mesma!
Partindo do princípio de que as regras de acentuação não se mostram assim tão claras, evidentes, analisemos a pergunta a seguir:
Por que algumas palavras, cuja tonicidade recai na última sílaba, são acentuadas e outras não? Lembrando que aqui fazemos referência somente àquelas em que a letra “u” se faz presente, como é o caso de caju, baú, Grajaú, etc. Pode até parecer que por se tratar de uma ocorrência tão óbvia, discorrer acerca de tal assunto seria desnecessário, não instigante. No entanto, como já exposto, questões voltadas para a acentuação fazem parte daquele acervo de dúvidas que boa parte dos usuários traz consigo. Assim, por que não saná-las?
Quando no início se afirma que tudo se trata de uma simples questão de observação, tal aspecto diz respeito às regras gramaticais propriamente ditas. Mas antes de ressaltá-las devemos nos conscientizar mais uma vez acerca das diferenças que há entre o acento tônico e o acento gráfico, no qual este mantém estreita relação com as regras de acentuação, enquanto que aquele diz respeito à intensidade com a qual são pronunciadas as sílabas das palavras, ou seja, a tonicidade se demarca por meio daquela sílaba que é pronunciada com mais força, independentemente de estar acentuada ou não.
Dessa forma, voltemos a exemplos popularmente conhecidos por todos nós, tais como:
PARACATU
JAÚ
PACAEMBU
GRAJAÚ
BAÚ
CAJU
ITAÚ...
Pois bem, por que algumas levam acento e outras não?
Saiba que, primeiramente, o ideal é colocarmos em prática nossos conhecimentos acerca da divisão silábica, uma vez assim expressos:
PA – RA – CA – TU
CA – JU Todas são oxítonas
PA – CA – EM – BU
Daí o seguinte questionamento: palavras oxítonas terminadas em “u” são acentuadas? Não, somente levam acento as terminadas em “a”, “e”, “o” e “em” seguidas ou não de “s”.
Eis a conclusão acerca do porquê de não levarem o acento gráfico.
Passemos adiante:
JA – Ú
I – TA – Ú O “U” forma um hiato que...
BA – Ú (veja a rega explicitada logo abaixo)
Segundo as regras de acentuação, o “i” e o “u” tônicos do hiato são acentuados quando isolados na sílaba ou acompanhados de “s”. Daí a razão de tais palavras serem acentuadas.
Adjetivo ou advérbio? Eis aí dois importantes elementos que compõem as chamadas classes gramaticais, mas que, no entanto, em se tratando de algumas colocações, representam aquelas incorreções que às vezes cometemos – infringindo, portanto, as leis regidas pela gramática.
Seguindo essa linha de raciocínio, atenhamo-nos ao enunciado:
Discreto, ele saiu da festa.
Quando analisada, tal enunciação nos remete a um questionamento de cunho relevante: seria “ele” discreto ou seria essa a forma como ele saiu da festa?
Para responder a essa pergunta, que tal retomarmos o conceito de advérbio?
Esta classe conceitua-se como a palavra que modifica o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio. Dessa forma, o enunciado em questão necessita ser reformulado, uma vez que, por se tratar da forma como ele deixou a festa, o correto é o uso do advérbio, e não do adjetivo. Nesse sentido, temos:
Discretamente, ele deixou a festa.
Sim, haja vista que o advérbio (discretamente) modifica o verbo sair.
Chegamos, então, ao ápice de nossa discussão: quando usamos adjetivo e quando usamos o advérbio? Conclusão efetivamente comprovada.
Contudo, há alguns casos, porém raros, nos quais o adjetivo pode ser usado no lugar do advérbio, sem que esse (o advérbio) perca a qualidade. Mediante tal ocorrência afirmamos se tratar de uma derivação imprópria – manifestada pela mudança de uma dada classe gramatical para outra. Assim sendo, vejamo-los:
Bastante conhecida por nós, há uma propaganda de cerveja, a qual nos diz: “A cerveja que desce redondo”.
Redondo, neste caso, é o modo como a cerveja desce.
A princípio poderíamos até pensar que o adjetivo deveria concordar com o substantivo “cerveja”. Contudo, nesse caso não é a cerveja que desce redondo, mas sim o modo como ela desce. Logo, constatamos que um adjetivo faz o papel de advérbio.
Os monossílabos tônicos e átonos recebem tal classificação em virtude da intensidade em que são pronunciados. Sendo assim, por fazerem parte do nosso cotidiano linguístico, bem como pelo fato de constituírem parte integrante dos estudos gramaticais, ocupemo-nos a partir de agora em compreender acerca das características que os demarcam.
A começar pelos tônicos, eles assim se classificam pelo fato de possuírem autonomia fonética, ou seja, não necessitam se apoiar em outro vocábulo para demonstrar valor fonético.
Dessa forma, tendo em vista as regras de acentuação, das quais já temos certo conhecimento, vale dizer que aqueles que os representam são terminados em:
-a(s): há, chá, pá, cá, lá...
-e(s): dê, lê, ré, pé, vê...
-o(s): nó, dó, pôs, só, nós...
Os monossílabos considerados como átonos não possuem essa autonomia fonética, sendo necessário se apoiarem em sílabas de vocábulos posteriores, fato que faz prevalecer mais o som desta (silabado vocábulo posterior) do que daquela (monossílabo átono).
A título de constarmos, analisemos um exemplo:
“Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor”.
Constatamos que os monossílabos que se encontram (que, em e de) em destaque realmente não apresentam o mesmo aspecto que os tônicos (a autonomia fonética). Portanto, são exemplos de tal modalidade:
o (s), a (s), me, te, se, lhe, nos, de, em, que, etc.
Observações dignas de menção:
- Os monossílabos podem se definir como tônicos em um determinado enunciado e átonos em outro. Vejamos, pois:
Você está assim por quê? (tônico)
O que há de errado com você? (átono)
- Em virtude do aspecto que os monossílabos apresentam, eles se consideram como palavras destituídas de sentido, sendo representados pelas conjunções, artigos, preposições e pronomes oblíquos. Constatemos alguns exemplos:
Seus segredos sei de cor. (preposição)
Olhou-me rapidamente. (pronome oblíquo)
Dando enfoque ao termo “traços peculiares”, este nos remete à ideia de características intrínsecas a um determinado elemento gramatical que, inegavelmente se constitui como algo passível de vários questionamentos. Lembra-se do feminino, masculino, aumentativo diminutivo, dentre tantos outros?
Pois bem, não há como negar que às vezes tropeçamos mediante alguns entraves. E por assim dizer, nosso principal objetivo é ressaltar alguns pontos relevantes, os quais constituem a classe gramatical representada pelos substantivos – dadas as suas distintas flexões. Aqui, mais precisamente, a de número.
Minuciosidades recorrentes: por que determinados substantivos terminados em “–ão” têm seu plural alterado por outras formas? Já não falando o caso de outros possuírem mais de uma maneira, em se tratando de sua forma pluralizada. Casos assim se tornam facilmente compreensíveis a partir do momento que nos dedicamos a algumas descobertas, partindo do princípio de que o conhecimento deve ser uma constante em nosso cotidiano. Para tanto, eis alguns suportes que tendem a nos subsidiar rumo a esse propósito, como desta feita evidenciados:
Os substantivos terminados em “-ão”, constituem-se de três formas básicas:
a) A maior parte deles muda a referida terminação para “–ões”. Vejamos:
Observação importante:
Neste grupo também se incluem os aumentativos, tais como:
casarão – casarões
espertalhão - espertalhões
facão – facões
gatão – gatões
narigão – narigões
rapagão – rapagões
sabichão – sabichões
vozeirão – vozeirões
b) Alguns poucos, ainda constituídos por “-ão”, mudam a terminação para “-ães”. Observemos:
c) Alguns paroxítonos terminados em “-ão”, assim como certos oxítonos e monossílabos têm sua forma pluralizada somente pelo acréscimo do “s”. Confira:
E acredite! Há ainda outra particularidade digna de nota:
No caso, aqueles que admitem mais de uma forma. Constatemos, pois:
aldeão – aldeãos, aldeões, aldeães.
anão – anões, anãos.
ancião – anciãos, anciões, anciães.
cirurgião – cirurgiões, cirurgiães.
corrimão – corrimãos, corrimões.
ermitão – ermitãos, ermitões, ermitães.
guardião – guardiões, guardiães.
refrão – refrãos, refrões.
sacristão – sacristãos, sacristães
sultão – sultãos, sultões, sultães
verão – verãos, verões
vulcão – vulcãos, vulcões.
Você dispõe de uma diversidade de conhecimentos acerca dos aspectos que norteiam a língua portuguesa. Assim, para fixá-los, você pode aplicar tais conhecimentos em muitas situações comunicativas cotidianas.
Partindo desse princípio, elegemos apenas um conteúdo que pode ser aperfeiçoado quando praticado:os verbos, acentuados e não acentuados, ligados a pronomes oblíquos. Dessa forma, a título de ilustração, alguns exemplos nos dão conta de que se trata de uma realidade linguística recorrente. Veja:
DISTINGUI-LO
ATRIBUÍ-LO
DEVOLVÊ-LO
DISTRIBUÍ-LO
AMÁ-LO
CONCLUÍ-LO
REVÊ-LO
TRADUZI-LO
REPRODUZI-LO...
Constatamos que algumas formas verbais se manifestaram constituídas do acento gráfico e outras não. Pois bem, prossigamos nossa discussão, sobretudo dando ênfase aos critérios de divisão silábica, de forma a separá-las adequadamente, tendo em vista que o pronome “lo”, uma vez atuando como complemento de tais formas, não participa do procedimento em questão, sendo deixado em segundo plano (aqui demarcado pelas reticências). Vejamos, pois:
DIS ─ TIN – GUI ...
A – TRI – BU – Í ...
DE – VOL – VÊ ...
DIS – TRI – BU ─ Í...
A – MÁ...
CON – CLU – Í ...
RE – VÊ...
TRA – DU – ZI...
RE – PRO – DU – ZI...
Façamos agora uma retomada dos pressupostos inerentes às regras de acentuação, partindo dos exemplos anteriormente citados:
DE – VOL – VÊ
RE – VÊ → Todas as palavras oxítonas terminadas
A – MÁ em “a”, “e”, “o” e “em”, seguidas ou
não de “s”, são acentuadas.
CON – CLU – Í
DIS – TRI – BU ─ Í → Acentua-se o “u” e o “i” tônicos do
A – TRI – BU – Í hiato quando isolados na sílaba ou
acompanhados de “s”.
A – TRI – BU – Í
As demais TRA – DU – ZI /RE – PRO – DU – ZI e DIS - TIN – GUI, como podemos detectar, não são acentuadas, por isso não nos remetem a nenhum desses preceitos antes mencionados.
A estilística é parte dos estudos da linguagem que, como o nome já diz preucupa-se com o estilocego e vejo. Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)
17 - Personificação, prosopopeia ou animismo – atribuição de características humanas a seres inanimados, imaginários ou irracionais.
Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.
18 - Pleonasmo ou redundância - repetição da mesma ideia com objetivo de realce. A redundância pode ser positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como recurso expressivo, enriquecerá o texto:
Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos aquela declaração fatal.
Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo vicioso”, empobrece o texto, sendo considerado um vício de linguagem: Irá reler a prova de novo.
Outros: subir para cima; entrar para dentro; monocultura exclusiva; hemorragia de sangue.
19 - Polissíndeto - repetição de conjunções (síndetos).
Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou...
20 - Silepse - concordância com a ideia, não com a forma.
Ex.: Os brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) massacrados – Pessoa.
Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.) – Gênero.
Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.) desesperadamente – Número.
21 - Sinestesia - mistura das sensações em uma única expressão.
Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.
Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava)
Todos nós em algum momento já usufruímos da onomatopeia, figura de linguagem que tenta reproduzir os sons existentes na natureza. Claro que alguns sons serão bem parecidos, como o barulho do relógio, da campainha; outros nem tanto, comocrash, que tenta reproduzir o som de uma batida.
A onomatopeia é um recurso muito importante para a escrita. É amplamente utilizada pelas histórias em quadrinhos e poemas. Entretanto, não podemos esquecer sua importância para a linguagem oral. A seguir, serão usados alguns exemplos de onomatopeia. Acompanhe:
Os apaixonados amam escutar o tum-tum do coração do ser amado, mas não suportam ouvir o tic-tacindicando que o tempo está passando, e não se ouve nem o triiimm do telefone, nem o blin blong da campainha. Nesta hora, as lágrimas são inevitáveis e o buááá é ouvido de longe. Entretanto, basta um biii biii, que o coração já faz hahaha.. E o final da cena, todos conhecem, um beijo apaixonado chuac.
Perceberam como esse recurso é interessante? Ele traz mais “brilho” ao texto, deixa-o mais interessante e até mais poético. Por ser usada para dar maior expressividade ao texto, a onomatopeia é objeto de estudo da estilística. No entanto, também é responsável por contribuir para a ampliação do léxico (vocabulário) da língua, já que é um exemplo de processo de formação de palavras, por isso é estudada também pela morfologia.
Veja mais alguns exemplos de onomatopeia.
A onomatopeia que reproduz o som da bomba
O barulho do avião jamais poderia ser reproduzido para a escrita, se não fosse a onomatopeia
Como contar uma história sem reproduzir os sons? Por isso, a onomatopeia é tão importante para a escrita
Alguns sons não são reproduzidos com tanta fidelidade. É o caso, por exemplo, da onomatopeia crash
Ortoépia
Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos.
A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das consoantes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.
Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:
a- pronunciar erradamente as vogais quanto ao timbre:
- pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta...
- pronúncia errada, timbre aberto (é, ó): omelete, alcova, crosta...
b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra, prostrar/ prostar, reivindicar/revindicar...
c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...
d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro.
e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabornato, muçulmano/ mulçumano.
f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bungiganga ou buginganga
g- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar "àas" cinco horas.
h- ligar as palavras na frase de forma incorreta:
correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas.
Exemplo de ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.
Prosódia
A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras, tomando como padrão a língua considerada culta.
Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que frequentemente geram dúvidas quanto à prosódia:
1) oxítonas:
cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.
2) paroxítonas:
avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia, ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pudico, rubrica, tulipa.
3) proparoxítonas:
aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo, zéfiro.
Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta.
Exemplos:
acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e outras.
Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação:
Exemplos:
valido/ válido
Vivido /Vívido
Curiosidades
Casos mais frequentes de pronúncias diferentes da língua padrão:
Afinal, o que é prosódia?
A prosódia é um elemento estudado pela fonética e fonologia, ramos da Linguística que classificam os aspectos sonoros das palavras. Está relacionada à maneira como falamos e à como entoamos nosso discurso.
As primeiras definições surgiram na Grécia (daí o nome, que em um primeiro momento pode nos parecer estranho) durante a república de Platão e partiam da observação das variações melódicas presentes no discurso. Estas variações são importantes para compreendermos melhor a comunicação humana e as intenções de cada falante, já que o modo como nos expressamos, a entonação e o ritmo presente em cada palavra auxiliam na produção de sentido quando nos comunicamos.
Imagine se todos nós falássemos exatamente da mesma maneira, sem conferir contornos melódicos às nossas palavras, sem pausas, sem ritmo, sem emoção. Imaginou? Estranho, não? Seria como se estivéssemos, o tempo todo, lendo bulas de remédio. Como seríamos compreendidos, na totalidade daquilo que queremos dizer, pelos nossos interlocutores? Então, graças à prosódia, não falamos como robôs, pois conseguimos imprimir sentimentos à nossa fala.
Um mesmo enunciado, quando sai da modalidade escrita para a modalidade oral, pode adquirir sentidos bem diferentes, distinguindo o que falamos daquilo que escrevemos. Um dos recursos utilizados para enfatizar uma palavra, é o acento de insistência, que pode cair em outra sílaba, mesmo que essa não seja a sílaba tônica da palavra. Observe o exemplo:
maravilhosa, formidável, inteligente, miserável, barbaridade.
O acento de insistência possui um caráter emocional e pode apresentar notáveis efeitos na fala, que dificilmente seriam reconhecidos na escrita. A entoação expressiva atua como uma mímica e imprime um comentário sobre nossas palavras.
A prosódia é música para os ouvidos!
Você sabe o que é sotaque? Bom, se você não sabe a definição exata da palavra, certamente seus ouvidos já experimentaram a sensação de ouvir um jeito de falar diferente. Chamamos de sotaque o tom, inflexão ou pronúncia particular de cada indivíduo ou de cada região.
Se você já teve a oportunidade de viajar para diferentes regiões do país, sabe bem do que estamos falando. Aliás, nem é preciso sair de casa para perceber as variações de sotaque na língua portuguesa, já que esse jeito de falar particular pode ser percebido através de veículos como a televisão e o rádio, nos quais a oralidade é a modalidade vigente. Cada estado brasileiro apresenta peculiaridades na fala, pois apesar de compartilharmos o mesmo idioma, seria quase impossível que um país tão grande apresentasse uma uniformidade na fala.
Os diferentes sotaques encontrados no Brasil podem ser explicados sob o ponto de vista histórico. Sabemos que nosso país foi colonizado por diferentes povos e em diferentes momentos de nossa história. Enquanto na região Sul houve uma imigração maciça de italianos, alemães e outros povos oriundos do leste europeu, no Pernambuco, por exemplo, a influência veio dos holandeses dos tempos de Maurício de Nassau. No Rio Grande do Sul, a formação do sotaque é ainda mais curiosa, pois além dos italianos e alemães, há a influência do espanhol falado nos países que fazem fronteira com o estado. No Rio de Janeiro, que foi sede da corte portuguesa entre 1808 e 1821, a influência do sotaque português pode ser percebida através do jeito de pronunciar o “S” bem chiado. No Norte, em virtude do distanciamento geográfico, a região ficou menos exposta à influência estrangeira, o que manteve o sotaque encontrado na região mais próximo à prosódia das línguas indígenas.
Vale lembrar que os primeiros contatos linguísticos do português falado no Brasil (a distinção é importante em razão da diferença entre o português falado aqui e o português falado em Portugal) foram com as línguas indígenas e as línguas africanas. Posteriormente, a partir do século 19, os imigrantes de outras partes do mundo contribuíram para o nosso conjunto de sotaques. É importante ressaltar que cada lugar tem sua maneira de pronunciar as palavras e sua própria prosódia, portanto, não existe sotaque melhor ou mais correto que o outro, essa é uma visão preconceituosa que diminui a singularidade de nossa cultura. Nossos sotaques fazem parte de nosso patrimônio cultural e são um elemento importante para a formação da identidade do povo brasileiro.
Dispomos de um considerável acervo linguístico e fazemos uso dele nas situações de interação comunicativa que norteiam o cotidiano, sem dúvida. No entanto, usufruir de tal aspecto parece não bastar quando nos colocamos na condição de usuários da língua e, assim sendo, precisamos estar mais familiarizados acerca dos fatos que norteiam os assuntos prescritos pela gramática. Pensando assim, algumas palavras, em se tratando das intenções propostas nesse nosso encontro, subsidiam-nos de forma incomparável:
Terreiro/Aterrar/Aguardente/Planalto/Bem-me-quer, entre outras.
Estas palavras são corriqueiramente utilizadas por nós, mas agora passam a ser analisadas com um pouco de atenção no que tange aos processos que as formam.
Pois bem, caro(a) usuário(a), notamos que terreiro e aterrar se caracterizam como palavras formadas por um elemento inerte, ou seja, aquele elemento que permanece inalterado, chamado de radical. Portanto, a partir de “-terr”, as duas palavras em referência foram formadas. A esse processo de formação de palavras damos o nome de derivação, visto que a partir de um elemento derivaram-se novas palavras, dotadas de significados distintos.
Agora, ao atentar para as outras, demarcadas por aguardente, bem-me-quer e planalto, entraremos no foco de nossa discussão que é a composição, caracterizada pelo processo em que novas palavras são formadas a partir da junção de palavras ou radicais já existentes na língua. Vejamos os exemplos que correspondem a tal processo, assim demarcados:
Justaposição – ocorre quando os elementos da combinação não sofrem alteração fonética ou gráfica. São exemplos:
Bem-me-quer
Pontapé
Pé-de-moleque
Roda-viva
Girassol...
Aglutinação – ocorre quando um dos elementos da combinação sofre alteração fonética ou gráfica. Vejamos, pois, os exemplos:
Pernalta
Planalto
Aguardente
Embora
Hibridismos são palavras formadas por elementos pertencentes a línguas diferentes. Estamos falando, pois, acerca do processo de formação de palavras – fato que nos faz recordar da derivação e da composição, não é verdade? Assim sendo, propomo-nos a ampliar nosso conhecimento, discorrendo sobre mais um fato linguístico (os hibridismos).
Os hibridismos são, para muitos gramáticos (sobretudo os tradicionais), fato condenável, talvez pela não uniformidade da origem dos elementos que formam o composto, sobretudo provenientes do grego e do latim. Contudo, a bem da verdade, vale dizer que mesmo em se tratando de tais procedências, os falantes já consideram os elementos aportuguesados – dada a recorrência dessas palavras em nosso idioma, visto que já se incorporaram ao nosso léxico. Assim sendo, vejamos alguns casos representativos:
Alcaloide – Álcali (árabe) + óide (grego)
Alcoômetro – Álcool (árabe) + metro (grego)
Autoclave – Auto (grego) + clave (latim)
Bicicleta – Bi (latim) + ciclo (grego) + eta (-ette, francês)
Burocracia – Buro (francês) + cracia (grego)
Endovenoso – Endo (grego) + venoso (latim)
Hiperacidez – Hiper (grego) + acidez (português)
Monocultura – Mono (grego) + Cultura (latim)
Psicomotor – Psico (grego) + motor (latim)
Romanista – Romano (latim) + -ista (grego)
Sociologia – Socio (latim) + -logia (grego)
Zincografia – Zinco (alemão) + grafia (grego)
Além desses mencionados, podemos constatar ainda outros muitos exemplos, como é o caso de abreugrafia(português e grego), goiabeira (tupi e português), sambódromo (quimbundo, língua africana, e grego),surfista (inglês e grego), etc.
Você já deve ter ouvido falar do Latim, certo? Quando pensamos nessa palavra, fazemos uma associação imediata com algo ultrapassado, pois o Latim é conhecido como uma língua morta, visto que não é utilizado como língua oficial de nenhum país (com exceção do Vaticano). Mas como podemos pensar assim de uma língua que deu origem a tantas outras e que ainda está presente em diversas circunstâncias de nosso cotidiano? Bom, estamos aqui para provar que o Latim é sim uma língua viva!
O Latim é oriundo da região do Lácio, em Roma, e deu origem às chamadas línguas românicas, entre elas, o nosso querido idioma, o português. Lembra-se dos versos do poema “Língua Portuguesa”, de Olavo Bilac?
“Última flor do Lácio, inculta e bela,
és, ao mesmo tempo, esplendor e sepultura
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela... (...)”
Neste poema, Bilac faz referência à história da língua portuguesa, que foi a última língua neolatina formada a partir do latim. Pobre latim, depois de tanto contribuir para a formação cultural de diversos povos, foi relegado ao título de língua morta. Mas basta dar uma voltinha pelo supermercado, conversar com amigos e ler alguns livros para perceber que o latim resiste ao tempo, desmistificando o rótulo de coisa velha e ultrapassada. O Latim é tão moderno que ganhou a simpatia dos publicitários, que adoram resgatar seus termos. Observe a imagem e veja alguns exemplos:
O Latim é bastante utilizado na publicidade, estabelecendo um interessante contraponto entre o moderno e o antigo *
Todas as marcas que você observou na imagem estão em Latim. Provavelmente você nem sabia, mas omarketing, mesmo tendo uma forte tendência a utilizar palavras de origem anglicana (o inglês é o idioma preferido dos publicitários), resgatou e deu vida à nossa língua mater. Utilizar expressões latinas confere ao produto certo status (olha o Latim aí!), além de passar credibilidade, nomeando com pompa e circunstância as marcas representadas. Mas não é só na publicidade que o Latim resiste: veja só outras expressões em Latim que são amplamente utilizadas na modalidade oral e na modalidade escrita:
A priori = a princípio
Aliás = expressão utilizada para retificar algo, “de outro modo”.
Carpe diem = aproveite o dia.
Corpus Christi = corpo de Cristo.
Data venia = significa “com o devido respeito”.
Et cetera (etc) = significa “e outros”.
In loco = no local.
Mea culpa = minha culpa
Modus operandi = modo de agir
Sui generis = significa “de seu próprio gênero”.
Vade mecum = vem comigo (expressão utilizada para instruir o leitor a realizar determinadas tarefas)
Curriculum Vitae = significa “trajetória de vida”.
Viu só? Você já deve ter ouvido todas essas expressões e até mesmo usado sem saber que se tratava de palavras latinas, não é mesmo? E agora? Você está convencido de que o Latim não morreu? Encontre você também outras referências à formosa, e viva, flor do Lácio.
Maneira como os morfemas se organizam para formar as palavras.
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970)
Os principais processos de formação são:
Derivação
Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva. Os processos de derivação são:
Derivação Prefixal
A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente.
Derivação Sufixal
A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: realmente, folhagem.
Derivação Prefixal e Sufixal
A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.
Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois afixos são independentes: existem as palavras, desleal e lealmente.
Derivação Parassintética
A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.
Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar.
Derivação Regressiva
A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.
Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português).
Derivação Imprópria
A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é usada como fazendo parte de outra.
Exemplos:
coelho - substantivo comum, usado como substantivo próprio - Daniel Coelho da Silva.
verde, geralmente usado como adjetivo - Comprei uma camisa verde-, é usado como substantivo: O verde do parque comoveu a todos.
Dispomos de um vocabulário significamente amplo, sem dúvida, porém, de forma quase que mecanicista, pronunciamo-las sem ao menos nos dar conta acerca da origem, ou seja, das raízes que as constituem. Dessa forma, de modo a ampliar nossa competência linguística de forma ainda mais efetiva, bem como nos tornar conhecedores mais assíduos dos aspectos que norteiam a língua como um todo, o artigo em questão tem por finalidade apontar alguns radicais, os quais constituem esse acervo lexical, que são de origem grega.
Nesse sentido, constemos os casos representativos, demarcados pelo significado e exemplos de cada um deles:
Seja por meio da oralidade, seja por meio da linguagem escrita, dispomos de um acervo lexical bastante considerável, mesmo porque ele tende cada vez mais a se tornar ainda mais amplo, na medida em que nos tornamos assíduos leitores e, sobretudo, praticantes redatores. Com base nesse pressuposto, cabe afirmar que, por mais que usufruamos de tais vocábulos, tendo em vista as finalidades que desejamos atingir em meio às circunstâncias comunicativas diárias, quase nunca nos prendemos a certos detalhes que os constituem, como atentarmos nos traços originários, aqueles relacionados às raízes das palavras.
Assim, imbuídos no propósito de que, como sabemos, a maioria das palavras são formadas do grego e do latim, passemos a partir de agora a estabelecer um pouco mais de familiaridade acerca dos traços que constituem os principais radicais de origem latina, procurandoenfatizaro significado ecitando exemplos, de forma a deixar bem claro o assunto que ora escolhemos para discutir. Entre eles, elegemos:
Inseridos no universo da morfologia, não raras são as vezes em que nos sentimos apegados a questionamentos diversos, dadas as particularidades das classes que compõem esta parte da gramática. Falando nelas, um aspecto parece emergir com total relevância – o fato de uma determinada palavra, a depender do contexto em que se encontrar inserida, mudar de uma classe a outra.
Acessando o texto “Entendendo acerca do processo de substantivação” teremos a oportunidade de conferir um pouco mais de perto sobre todos os aspectos que norteiam a ocorrência em que essas mudanças se fazem presentes. E, como não poderia ser diferente, dúvidas persistem quando o assunto se refere a duas importantes classes gramaticais, ora representadas pelo adjetivo e pelo advérbio.
Assim, pelo fato de se constituírem de características semelhantes, sobretudo em se tratando do advérbio de modo, valeconscientizarmo-nos dos traços que os distinguem.
Nesse sentido, uma noção básica deve ser pontuada: o adjetivo flexiona, ou seja, ele varia; enquanto que o advérbio não se apresenta passível de tais mudanças, haja vista que ele se caracteriza como uma classe invariável. Vamos às diferenças, portanto?
O adjetivo e o advérbio se constituem de traços distintos
Elas, uma vez elencadas, façamos tais diferenciações por meio de alguns exemplos, aos quais assim nos subsidiam:
A aluna respondeu feliz a pergunta ao professor.
O termo “feliz” seria um adjetivo ou um advérbio de modo?
Acerca dessa questão devemos, primeiramente, analisarmos se cabe ao enunciado a flexão que lhe é correspondente, assim manifestada:
As alunas responderam felizes a pergunta ao professor.
Cabe ressaltar, portanto, que se trata de um adjetivo.
Vejamos outro exemplo:
O professor falava baixo, fato que dificultava a compreensão dos alunos.
Temos agora um termo que se encontra diretamente relacionado ao verbo(falava) e que não admite flexão. Logo, inferimos se tratar de um advérbio.
À medida que vamos estabelecendo familiaridade com os fatos linguísticos, vamos incorporando ao nosso conhecimento alguns conceitos que, por vezes, tornam-se cristalizados. Aqueles relacionados à morfologia parecem ilustrar de forma significativa o que estamos dizendo, basta recordar alguns aspectos aprendidos lá... lá nas primeiras fases da Educação Básica, como por exemplo: “substantivo é o termo que ...”; “pronome se conceitua como a palavra que...”; e adjetivo? Lembra-se?
Em se tratando desse último (o adjetivo) resolvemos rever alguns conceitos, por isso nos propomos à discussão que ora se forma, cujo intuito é abordar algumas questões relevantes. Afinal, o adjetivo qualifica ou dá qualidade? Para incrementar a discussão é sempre bom partir de exemplos concretos, tais como:
Garota triste.
Alimento insípido.
Cheiro ruim.
Conversa monótona.
No intuito de irmos um pouco mais além, agora permeando no universo da análise sintática, o que sabemos sobre o predicativo do sujeito? Que ele dá qualidade a esse sujeito, haja vista que, morfologicamente dizendo, é representado por essa figura da qual falamos – o adjetivo, concorda?
Assim, perguntamo-nos:
Desde quando “triste/insípido, ruim e monótona” representam qualidades? Sim, pois, pelo que sabemos, o termo “qualidade” se encontra relacionado a uma ideia positiva, não é verdade?
Partindo desse princípio, voltamos à questão anterior: qualifica ou dá qualidade?
“Qualificar” tanto pode ser entendido sob o aspecto negativo quanto sob o positivo. Dessa forma, convenientemente, devemos acreditar que o adjetivo não dá qualidade, mas, sim, qualifica.
Ao nos referirmos aos adjetivos pátrios, sabemos que estes pertencem a uma das classes gramaticais e que representam uma das subdivisões inerentes à classe em questão. Atribui-se a eles a função de representar a origem de pessoas e demais seres e objetos, levando-se em consideração a cidade, estado ou país.
Para que possamos conhecê-los melhor, compartilharemos com algumas de suas principais características. Desta feita, segue abaixo relacionada uma lista contendo alguns deles. Observemos, pois:
Localidade | Adjetivo pátrio correspondente |
Acre | acreano |
Afeganistão | afegane, afegão |
Amapá | amapaense |
Angola | angolano |
Aracaju | aracajuense, aracajuano |
Atenas | ateniense |
Belém (Pará) | belenense |
Belém (Palestina) | belemita |
Belo Horizonte | belo-horizontino |
Brasília | brasiliense |
Boa Vista | boa-vistense |
Cabo Frio | cabo-friense |
Catalunha | catalão |
Cuiabá | cuiabano |
Espírito Santo | espírito-santense, capixaba |
Estados Unidos | estadunidense, norte-americano, ianque |
Florença | florentino |
Florianópolis | florianopolitano |
Goiânia | gioaniense |
Gália | gaulês |
Grécia | grego, helênico |
Havana | havanês |
Índia | indiano, hindu |
Japão | japonês |
Jerusalém | hierosolimitano, hierosolimita |
Macapá | macapaense |
Manaus | manauense, manauara |
Natal | natalense |
Nova Iguaçu | iguaçuano |
Nova Zelândia | neozelandês |
Pequim | pequinês |
Porto Alegre | porto-alegrense |
Porto Rico | porto-riquenho |
Recife | recifense |
Rio Branco | rio-branquense |
Rio de Janeiro (cidade) | carioca |
Rio de janeiro (estado) | fluminense |
Rio Grande do Norte | rio-grandense-do-norte, potiguar, norte-rio-grandense |
Romênia | romeno |
Rondônia | rondoniano, rondoniense |
Salvador | salvadorense, soteropolitano |
São Paulo (cidade) | paulistano |
São Paulo (estado) | paulista |
Sardenha | sardo |
Sergipe | sergipano |
Teresina | teresinense |
Tibete | tibetano |
Tocantins Vitória |
tocantinense Vitoriense |
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